ÚLTIMAS NOTÍCIAS

Paulo Almeida

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Início do segundo semestre letivo de 2013, mais uma oportunidade de realizações! 

Iniciamos na UEA o segundo semestre letivo de 2013. E ele vem marcado por uma série de eventos e desenvolvimento de projetos relacionados ao ensino, pesquisa e extensão. Assim como em Manaus e outros municípios onde há Centros ou Núcleos da UEA, o Centro de Estudos Superiores de Tabatinga (CESTB), também está incluído neste rol de atividades. Além de participar daquelas voltadas para todo o estado como campus da UEA, o CESTB também será palco de eventos e projetos locais pensados por professores do seu quadro docente, que submeteram suas propostas às exigências de editais relacionados às suas áreas de atuação e que foram contemplados com financiamentos. São diversas atividades relacionadas ao ensino, pesquisa e extensão, seja na forma de eventos, no desenvolvimento de projetos ou ainda em ações que viabilizem a aproximação desta instituição com a comunidade. Estas atividades, estarão ocorrendo ao longo deste semestre, como resume o quadro acima.
 
Lembrando que estas atividades ocorrem de forma concomitante com as aulas, que por si só já exigem muito esforço e dedicação acadêmica. Como se vê , estamos vivenciando mais uma oportunidade de crescer enquanto profissionais. Ampliar nossa visão de mundo e sobretudo contribuir para uma sociedade menos desigual.
 
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quarta-feira, 7 de agosto de 2013

O odor desagradável de certas coisas


O leão, o rei dos animais, convocou todos os bichos a uma assembléia geral para tratar de assuntos graves. Acudiram estes ao convite, que consideravam grande honraria. E o leão lhes disse:

-Prestantes e estimadíssimos vassalos capachos, convidei-vos para que me tirásseis de uma dúvida cruel: há muito que quero saber se o meu bafo ou fede ou cheira; vou consultar-vos a cada um em particular.

Dito isso, tomou-os um por um, e os consultou. Aos que diziam que fedia, ele falava:

-Insolente! Tens o atrevimento de dizer que fede o bafo de teu rei ? ! Tornava-lhes o leão, e logo os matava.

-Adulador! Pois tens cara de dizer-me a mim, que o meu bafo cheira? Dizia aos que mentiam para lisonjeá-lo - Não gosto de quem quer me enganar! E os matava.

Chegou a vez do macaco:

- Meu Rei, há de Vossa Majestade perdoar-me, disse o espertalhão; ando há quinze dias com um resfriado horrível; saí da cama há pouco e apresentei-me, só para não faltar à devida obediência; mas não estou em estado de perceber cheiro algum. E o Leão riu-se da malandragem e sutileza do macaco; e este foi salvo.


MORAL DA HISTÓRIA: Por que ter pressa de dizer aquilo que, não podendo trazer utilidade alguma, só traz comprometimento?


A história de Tabatinga vem sendo escrita pelo esforço daqueles que a tomaram como morada. Mas, infelizmente também é manchada por alguns que não gozam deste apreço por esta cidade. E embora sendo a minoria parecem intocáveis, inabaláveis e encouraçados o suficiente para não conviver em harmonia com todas as instituições que a sociedade constitui como legais. A fábula que citamos nos remete ao entendimento que para viver em Tabatinga tenho que escrever só o que é agradável a determinadas pessoas? Senão tenho que me retirar de um lugar que deveria estar sob as mesmas leis que regem este país, mas que aqui parecem não ter efeito algum.

A história do Brasil e de outros países do mundo demonstram que o povo sempre reagiu para remover o poder subversivo e autoritário e implantar um estado de direito onde possam ser vistos como cidadãos e não capachos. As pessoas constituem suas lideranças para representá-las com dignidade, solidariedade e principalmente respeito.

Se o gigante que estava adormecido, deu sinais que está acordando, vamos nele nos inspirar e acordar também Tabatinga.


geopalmeida@gmail.com

 

Educar é preciso! Oportunizar também.

Junho/2013

Nas últimas edições, esta coluna foi usada para divulgar as nossas reivindicações, enquanto cidadãos tabatinguenses. Ainda imbuído deste papel me apraz dar voz à outros aspectos, sobretudo por que tratam da educação, área na qual venho atuando em Tabatinga e da qual quero mostrar alguns avanços dentro do ensino de nível superior.

Primeiro quero destacar a importância das parcerias, principalmente com as secretarias municipais de educação, que nos prestam uma grande ajuda, como no meu caso, que leciono as disciplinas de Geografia Física e a maioria delas pedem atividade de campo. Foram muitas as vezes em que fomos assistidos com o transporte fluvial e terrestre pelas secretarias de educação de Benjamin Constant e Tabatinga. Sou infinitamente grato aos secretários José Roberto Faria e Enildo Batista, que foram irrestritos no apoio às nossas atividades deste primeiro semestre. Quero continuar contando com estas secretarias para futuras atividades.


Outro ponto a destacar, são as oportunidades através dos programas com bolsas, que a Universidade do Estado do Amazonas vem oferecendo aos seus discentes. De início, tínhamos bolsas para a pesquisa. Agora elas também estão voltadas para o Ensino e a Extensão.  No Ensino atualmente no Centro de Estudos Superiores de Tabatinga, o Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência – PIBID - soma quase 70 bolsistas entre alunos,

supervisores e coordenadores envolvidos em projetos em cinco escolas da rede pública de ensino da cidade de Tabatinga. Na Extensão, além das bolsas que são dispensadas aos alunos envolvidos em projetos extensionistas, destacamos o Bolsa Trabalho que vem oportunizando alguns alunos que passaram por uma seleção entre vários candidatos, a vivenciar em um turno, experiências administrativas dentro do Centro de Estudos Superiores de Tabatinga; o programa de monitoria, que no último edital disponibilizou 33 vagas remuneradas e 28 voluntárias, para proporcionar ao aluno  experiência docente no nível superior, auxiliando o professor  em algumas tarefas.


Saindo do nível superior, mas não da educação, ouvi recentemente do governador Omar Aziz em visita a esta cidade, a promessa de que cada professor estadual e os alunos do 3º ano do nível médio, muito em breve receberão um tablet.


Estas e outras conquistas, respondem à sociedade sobre o que esperar de uma Instituição de Ensino Superior, conquistas que também esperamos de outras instituições públicas para consolidar a cidadania que queremos.



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O desafio continua sendo a nossa energia

   

Maio/2013

Ao esfregar um âmbar a um pedaço de pele de carneiro, Tales de Mileto viu que pedaços de palhas e fragmentos de madeira começaram a ser atraídas pelo próprio âmbar. Esta descoberta ainda na Grécia antiga constitui-se fundamentalmente um marco no processo evolutivo tecnológico dos tempos modernos.
 

Desde 1672, quando a Otto von Guericke fazia experimentos de eletrificação por atrito; mais tarde a invenção do pára-raios por Benjamin Franklin, da pilha por Alessandro Volta, até a lâmpada incandescente inventada no ano de 1880 por Thomas Alva Edson, muita coisa evoluiu, inclusive a invenção de Edson. Entretanto ainda há aqueles que persistem no uso das lâmpadas incandescentes pelo menor preço do produto, mas que se torna mais caro na fatura. Substitua as lâmpadas incandescentes por fluorescentes compactas em locais que fiquem com as luzes acesas mais de 4 horas por dia.


Uma lâmpada fluorescente compacta de 15 Watts ilumina tanto quanto uma incandescente de 60 Watts, além de durar oito vezes mais. Evite acendê-las durante o dia, abra bem as janelas, cortinas e persianas; para que o ambiente seja iluminado pela luz solar. Mas, certifique-se se estas janelas e portas possuem grades, pois junto com a luz solar podem entrar outros elementos, ou melhor dizendo, maus elementos, que nos usurpam daquilo que conquistamos com muito sacrifício.  Tanto a luz solar quanto a das lâmpadas, refletem melhor em ambientes pintados com cores claras. Apague as
lâmpadas dos ambientes desocupados.
  

Outras invenções que possibilitaram nossa maior comodidade, também merecem cuidados no seu uso. Eletrodomésticos  como geladeiras, freezers, aparelhos de ar-condicionado, motores e lâmpadas, têm consumo medido por centros de pesquisas do governo. Os mais eficientes ganham o Selo Procel. A letra “A” indica um produto que consome menos energia. Na hora da compra, leve isto em consideração.


Tomadas quentes são sinônimo de desperdício. Por isso, evite o uso de “benjamins”. Se precisar de um, relaxe visitando a cidade de Benjamin Constant.


Use fios de bitola adequada. Emendas mal feitas ou com fios de bitolas diferentes causam perda de energia. Na hora de fazer a instalação, consulte sempre um técnico especializado. Cuidado com os curiosos, que fazem bico quebrando galho e vão acabar quebrando também seu orçamento do mês.


        Creio eu que ninguém gosta de usar uma roupa amarrotada. Entretanto, evite ligar o ferro elétrico nos horários em que muitos outros aparelhos estejam ligados. Ele sobrecarga a rede elétrica. Já imaginou se todos que queiram ir para a balada, ligarem seus ferros elétricos ao mesmo tempo? Não vai ter show, pois o gerador não aguenta e desliga. E o engenheiro da concessionária não mora em Tabatinga. O recomendável é juntar sempre a maior quantidade de roupa, evitar o horário de pico e passar todas de uma vez. Primeiro as roupas delicadas, que precisam de menos calor.

       Sabe aquele seu programa predileto da TV que me referi no artigo anterior? É visto quando você tá acordado ou de frente pra TV. Desligue o aparelho se não tiver ninguém assistindo. Se quer mesmo dormir, faça isso, mas com a televisão desligada.
 
Os muitos avanços tecnológicos dos últimos séculos trouxeram-nos uma enorme contribuição. Mas muitas dessas invenções só podem ser utilizadas com energia elétrica, considerada a maior das invenções.


Com pequenos cuidados, podemos economizar energia e ficar mais acomodados. Não esqueça de pagar sua fatura em dia. E se ainda assim o fornecimento de energia for interrompido... Bem...preciso pensar e só no próximo artigo respondo. Quem sabe nem seja necessário responder !

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Energia elétrica: Falta Planejamento ou Fiscalização 

 Abril/2013

 
Desde a descoberta de petróleo pela Petrobrás, em camadas da crosta terrestre até então pouco exploradas, como a do pré-sal, estamos cada vez mais convencidos que, em se tratando de exploração petrolífera em águas profundas e ultraprofundas, o Brasil tem sido uma referência internacional. Já era uma grande façanha extrair petróleo do leito marinho a 2 mil metros. Agora estamos falando de uma tecnologia voltada a extraí-lo de mais de 7 mil metros de profundidade. Figura 1. Profundidades de exploração de petróleo no mar. Fonte: www.portalsaofrancisco.com.br Se por um lado fico embasbacado com tanta tecnologia, por outro fico indignado com um racionamento de energia em Tabatinga, que chega sem aviso, causando sérios transtornos à população local. 

Acompanhando as últimas notícias em Manaus, vi que há dois anos a companhia de abastecimento de água lidera o ranking de reclamações do PROCON-AM. A tríade: telefonia, água e luz aparece sempre na ponta do ranking nacional. Ultimamente na capital do Amazonas, até a empresa de abastecimento de água vem se queixando dos péssimos serviços da fornecedora de energia, acusando-a de provocar por duas vezes o rompimento de uma adutora. Nessa troca de acusações entre uma suja e a outra mal lavada, a população anseia por melhores serviços, tão bem discriminados e cobrados na fatura e tão ausentes nas nossas necessidades. Depois de um dia de trabalho, quem não deseja voltar para o conforto de seu lar !!! Mas, que decepção você não pode relaxar vendo seu programa predileto na TV. Não pode ler para se informar, e no meu caso, preparar a aula do dia seguinte. E por mais que você queira ir direto pra cama, talvez não consiga dormir, você vai ser disputado pelo calor e por carapanãs.

Vejo que assim como a Petrobrás investiu para remover a camada de pré-sal para atender as necessidades dos brasileiros, precisamos remover algumas camadas que se sobrepuseram ao longo de décadas, entre usuário e concessionária de energia. A camada da irresponsabilidade, a camada da falta de políticas públicas, a camada de taxas cobradas sem a prestação de serviço, etc. As primeiras propagandas da Petrobrás da Era Pré-sal, tinham o seguinte slogan: “O DESAFIO É A NOSSA ENERGIA”. Nunca pensei que tal slogan pudesse ganhar tanta ressonância como atualmente em Tabatinga.

PS: Consegui escrever este artigo em um daqueles raros momentos de fornecimento de energia elétrica em Tabatinga.

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Celebrando a Páscoa

Março/2013


Envoltos em mais uma Semana Santa, revivemos a paixão de Cristo, que representa aqueles que seriam os últimos momentos da vida de Jesus. A Semana Santa reúne importantes datas, como o domingo de ramos, a sexta-feira santa, o sábado de aleluia e o domingo de páscoa. Estas datas constituem-se em importantes eventos para a fé cristã e são celebradas por cristãos do mundo inteiro.






O substantivo pesah/páscoa vem da raiz verbal psh, que segundo o Prof. Luiz Roberto Alves citado pelo prof. Tércio Machado Siqueira, professor de Antigo Testamento da FaTeo, que estuda o tema, o verbo pasah significa passar por cima, saltar por cima. Assim diz o Prof. Luiz Roberto Alves: "O verbo que dá base ao substantivo pesah tem o sentido de salto, movimento, caminhada, travessia (...)





E tem sido este o sentido que adotamos e com o qual celebramos a páscoa. Regozige-se pois Jesus venceu a morte !!! Cultue segundo seu credo religioso, direito garantido pela Constituição federal, que assim se reporta ao tema:

 


Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:




VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e as suas liturgias. (CF 1988)



Sinto-me reconfortado que a lei de Deus tenha encontrado espaço nas leis dos homens, e que apesar dos desmandos e das divergências que ocorrem em outras áreas de nossa convivência social, é quase unanimidade que o Brasil ainda é um país de muita liberdade, inclusive a religiosa. Feliz Páscoa !!!

 





Início do Ano Letivo

Fevereiro/2013



Estamos iniciando mais um ano letivo. As escolas voltam a abrir suas portas para receber seus alunos. Pais voltam a transportar seus filhos até a escola. Professores retornam às suas atividades docentes. Servidores reassumem suas funções no ambiente escolar. Tudo isso por que ainda cremos na educação. No diferencial que ela proporciona a quem a busca. Com ela vislumbramos novos horizontes !

A Secretaria de Educação do Estado do Amazonas fez algumas mudanças, principalmente no que se refere ao trabalho docente, que queremos comentar. A LDB nos diz no seu Art. 61.

Consideram-se profissionais da educação escolar básica os que, nela estando em efetivo exercício e tendo sido formados em cursos reconhecidos, são:

I – professores habilitados em nível médio ou superior para a docência na educação infantil e nos ensinos fundamental e médio;


II – trabalhadores em educação portadores de diploma de pedagogia, com habilitação em administração, planejamento, supervisão, inspeção e orientação educacional, bem como com títulos de mestrado ou doutorado nas mesmas áreas;

III – trabalhadores em educação, portadores de diploma de curso técnico ou superior em área pedagógica ou afim.

No que diz respeito a formação do professor, a legislação está bem clara. No item III, está citado que o trabalhador em educação pode ser portador de curso técnico ou superior em área pedagógica ou afim.


 Desde que a LDB foi promulgada, as secretarias de educação vêm trabalhando para qualificar seus professores e tentando deixar cada um trabalhando na sua respectiva área de formação. Isto atende a legislação. Mas, é nela mesma que também nos apoiamos para dizer que a formação em área afim, também é possível de ser aceita, respaldando o professor a adentrar em outras áreas diferentes daquela de sua formação. Isto seria suficiente para justificar que uma jornada de trabalho de 20 horas semanais poderia ser completa em uma mesma escola.

É esta mudança que não foi bem vista pelos professores, pois para completar uma carga horária de até 20 horas por semana, o professor tem que se deslocar para outras escolas. Imagine se no entorno da moradia deste professor, houver uma só escola. Ele vai ter que se deslocar para outro bairro. Vamos pensar naquele professor que mora em uma cidade ou comunidade com poucas escolas. Não se teria que abrir uma exceção?

Companheiros da educação, a mobilidade pode chegar a coesão, a coesão à reivindicação, da reivindicação à possibilidade de ser ouvido. 



E-mail: geopalmeida@gmail.com



 
Ano novo, velhos problemas

Janeiro/2012

No primeiro artigo de 2012 falávamos do ciclo de chuvas que temos nesta época do ano e que em regiões como o sudeste, cujo relevo é mais acidentado, deve-se tomar as devidas precauções. A meteorologia mantêm suas observações sobre fenômenos atmosféricos e repassa estas informações diariamente para os órgãos governamentais e não governamentais interessados. Fenômenos como raios, trovões, descargas elétricas, nuvens, composição química do ar, previsão do tempo, radiação (insolação); temperatura; umidade (precipitação, nebulosidade etc.) e pressão (ventos, etc.) são  individualmente observados e claramente explicados pela meteorologia.
As massas de ar tem forte influencia no comportamento do tempo, este, por si só detêm uma dinâmica que ainda surpreende. Dizíamos naquele primeiro artigo de 2012 que:
Dentre as massas de ar que tem forte influencia na região amazônica, desponta-se a MeC (Massa Equatorial Continental), cujo alcance vai além desta região, pois ela dispersa uma boa parte da umidade local em direção ao sudeste brasileiro. Todas estas noções do comportamento do clima e suas conseqüências sobre o tempo nos permitem a aproximação do que vai ocorrer em determinadas épocas do ano. 
E parece que estou escrevendo o mesmo artigo para novamente dizer:
E agora estamos numa época de muita chuva no oeste da Amazônia e como uma boa parte desta umidade vai afunilando em direção ao sudeste brasileiro, pode-se esperar o mesmo por lá, com um agravante: o relevo é predominantemente formado de muitas encostas (...) e a densidade demográfica do Rio de Janeiro que é de 366,01 habitantes por km², torna isso muito preocupante.
A fotografia retrata a tragédia que ocorreu em alguns municípios do Rio de Janeiro em 2012 e que eu particularmente não esperava rever em curto espaço de tempo. Achei que os recursos disponibilizados para investir em obras de contenção e melhoria na infraestrutura pudessem amenizar ou até evitar calamidades como estas, como se vê na imagem de Xerém. 
Espero começar o ano de 2014 escrevendo sobre outro tema. Ou se tiver que falar sobre isso que seja para dar uma boa notícia.


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Mais um Natal!



Dezembro/2012

Pela graça divina, estamos vivendo mais um natal !! Ao mesmo tempo que nos felicitamos, temos sobre nós a responsabilidade de renovar nossas esperanças e motivar outros a fazerem o mesmo. Sim, cultivemos a prática de estar sempre perseguindo um novo modo de pensar, uma nova forma de agir, ou no mínimo, consolidando o que já conquistamos. Caminhemos sendo Influenciados e influenciando coisas boas ! Que Deus continue abençoando e protegendo você Sílvio ! Seu empreendedorismo nos cativa e ensina o que é persistência. Você está vivenciando o primeiro quinquênio de um importante veículo de comunicação nesta região fronteirça. Não sou apenas eu que o vê assim, até do outro lado da fronteira, há o reconhecimento pelo seu trabalho meu nobre “hombre de corazón verde” como lhe chamou a  Policia Nacional.

Aos meus colegas articulistas deste jornal, continuemos inspirados a escrever pautados em um sentimento de solidariedade, levando poesia, dicas da Língua Portuguesa, matérias sobre educação, política, filosofia e outros temas. Que nossas muitas atividades não nos tire esta oportunidade outorgada pela vontade de compartilhar nossa visão de mundo com nossos leitores, razão da existência e sucesso deste jornal. A você leitor(a) e patrocinador(a), nossos mais elevados gestos de gratidão. Como caminhar sem a valiosa colaboração de vocês ?  O jornal também conta com uma equipe onde o diagramador, os revisores, impressores, fotógrafo, correspondentes e outros, não são menos importantes que os demais. A vocês, conclamo o mesmo: continuemos nesta luta ! Aos meus colegas da educação, tanto da UEA quanto da Escola Duque de Caxias, lembremos de quantas cabeças influenciamos, ou quem sabe castramos. Assim como nosso agir, a educação também nunca foi neutra. Qual papel estamos desempenhando com esta importante ferramenta nas mãos? Tabatinga e as demais localidades do entorno, merecem também mais um feliz natal !! Que 2013 não traga apenas a mudança de personagens políticos, mas principalmente a vontade de atender os anseios deste povo, pois foi por isso que foram escolhidos. Governem à luz  desta máxima: o povo de quatro em quatro anos oportuniza e delega alguém  que possa atender suas necessidades.

Feliz natal e um 2013 de esperanças renovadas !! Que Deus abençoe a todos !



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II Encontro Internacional de Ensino e Pesquisa em Ciências na Amazônia




Novembro/2012

Neste segundo semestre de 2012, o Centro de Estudos Superiores de Tabatinga (CESTB), esteve sobremaneira envolvido em vários eventos que aos poucos não só o consolidam junto às demais instituições de ensino superior fronteiriças, como também mobiliza docentes e principalmente discentes a participarem.
Agora, para encerrar o semestre, teremos o  II ENCONTRO INTERNACIONAL DE ENSINO E PESQUISA EM CIÊNCIAS NA AMAZÔNIA, que teve sua primeira edição realizada ano passado. Este projeto concebido pelo Prof. Dr. Antônio Ivan de Ruiz Chaveco (foto) objetiva “privilegiar o debate, a aproximação e a cooperação entre estudantes e pesquisadores das instituições de Pesquisa e Ensino presentes na Tríplice Fronteira Amazônia (Brasil/Peru/Colômbia) em torno das questões, projetos e resultados de pesquisa relativos à Educação Científica e à Pesquisa nas diversas áreas do conhecimento em nossa região” (Carta Convite do Evento). Com isso, pretende alcançar o fortalecimento teórico/prático das ações de sistematização e organização da participação em práticas educativas e investigativas, desenvolvidas junto à população amazônida que, embora falando diferentes idiomas, compartilha da mesma realidade (ibid).
Nesta segunda edição, os debates serão dentro dos seguintes eixos temáticos:
1)      Ensino em Língua Portuguesa/ Ensino em Língua Espanhola
2)      Ensino em Ciências Biológicas
3)      Ensino em Matemática
4)      Ensino em Geografia
5)      Ensino nas Séries Iniciais
6)      Pesquisa em Ciências Exatas e da Terra
7)      Pesquisa em Línguistica, Literatura e Língua Portuguesa
8)      Pesquisa em Ciências Biológicas
9)      Pesquisa em Educação

O Prof. Ivan, como autor do projeto, anseia por um evento onde as atividades não sejam concomitantes e que os palestrantes realizem atividades de formação e de compartilhamento de experiências (workshops) com os professores do CESTB e demais inscritos. Como neste período as aulas já terão sido encerradas, não haverá atividades pelo período noturno.
Este evento acontecerá nos dias 13, 14 e 15 de dezembro de 2012 no Centro de Estudos Superiores de Tabatinga - CESTB. Podem participar: docentes, pesquisadores e discentes de graduação e pós graduação, atuando nas instituições localizadas preferencialmente na região amazônica tanto no Brasil como nos países vizinhos da Colômbia e Peru. O valor da inscrição para profissionais-ouvintes e para quem vai apresentar trabalho é R$ 20,00. Para estudantes-ouvintes o valor é R$ 10,00.
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As muitas e relevantes atividades desempenhadas pelo professor

Outubro/2012 


Nos últimos sessenta dias que antecederam a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia estive sobremaneira envolvido na sua realização. Assim como eu, toda a comissão organizadora intentou organizá-la de forma que atendesse aos requisitos que um evento desta magnitude pede. Não pude estar presente para vivenciar aquilo que planejamos devido o deslocamento até Manacapuru para ministrar a disciplina Ecologia para duas turmas de Geografia, uma turma pelo período matutino e outra pelo noturno, entre os dias 15 de outubro e 01 de novembro deste ano. Estaria satisfeito em poder participar tanto da SNCT quanto ministrar esta disciplina. Entretanto, a experiência vivida em Manacapuru possibilitou uma reflexão que ora compartilho com você leitor(a).

A disciplina Ecologia reúne conhecimentos de suma importância para entender o funcionamento e as interações que ocorrem dentro de um ecossistema. À medida que avançávamos nestes conteúdos, me surpreendia com a maneira como as duas turmas respondiam aos questionamentos. Houve boas oportunidades para rever alguns conceitos já impregnados pelo consumismo que nos força a deixar as questões ambientais para um segundo plano.

Quando abordamos o papel das unidades de conservação no Brasil, as turmas trouxeram a tona a perda da funcionalidade de uma Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) localizada próxima a cidade de Manacapuru, denominada RDS do Piranha.

Percebi a importância de poder participar de um debate que ganhou ressonância por entenderem que ainda há tempo de devolver a esta RDS o papel que lhe cabe. Este debate pode ganhar eco fora da academia, se fomentarmos este debate junto a sociedade. Solicitei que o levassem de uma forma mais didática às escolas para convencermos a geração teen. Conquistando-a, podemos alcançar a geração da melhor idade. Logo, teremos alcançado várias camadas e faixas etárias que compõem a sociedade manacupuruense.

Esta foi mais uma experiência vivida em tão pouco tempo. Assim como organizar uma SNCT, esta atividade me fez perceber como  pode ser amplo o raio de atuação de um professor comprometido com o seu papel de multiplicador.

Agora volto às minhas atividades em Tabatinga, tanto na UEA quanto na Escola Estadual Duque de Caxias. Volto com a certeza de que ainda há muito a ser feito, mas crendo que o volume de questões a serem definidas não sobreponha nossa vontade de fazer algo útil para termos uma sociedade cada vez menos insensível em questões que lhe dizem respeito, e isto inclui também, as ambientais.
geopalmeida@gmail.com



Semana Nacional de Ciência e Tecnologia em Tabatinga

 
Setembro/2012



A Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT), com o tema “Economia verde, sustentabilidade e erradicação da pobreza”, ocorrerá entre os dias 15 e 21 de outubro de 2012, em todo o país, objetivando a mobilização da sociedade em torno de temas e atividades científicas, que busquem a valorização da criatividade, da inovação e que relevem a importância da ciência e da tecnologia para a vida de todos e para o desenvolvimento do Brasil. A SNCT reúne uma diversidade de atividades para o público em geral, inclusive as crianças. Estas atividades são promovidas por universidades e instituições de pesquisa; escolas públicas e privadas; institutos de ensino tecnológico, centros e museus de C&T; entidades científicas e tecnológicas; fundações de apoio à pesquisa; parques ambientais, unidades de conservação, jardins botânicos e zoológicos; secretarias estaduais e municipais de C&T e de educação; empresas públicas e privadas; meios de comunicação; órgãos governamentais; ONGs e outras entidades da sociedade civil.


Desde 2004 que este evento já vem ocorrendo e tem sido exitoso na sua proposta com uma participação cada vez mais crescente de pessoas, instituições de pesquisa e ensino e municípios. No ano passado, 654 municípios brasileiros realizaram suas SNCT’s com cerca de 16.000 atividades. Neste ano o debate especificamente será em torno das estratégias e mudanças necessárias para uma economia verde que, em conexão com um desenvolvimento sustentável, contribua para a erradicação de pobreza e a diminuição das desigualdades sociais no país. Há uma grande expectativa que este evento neste ano, seja ainda melhor e maior.

A SNCT é coordenada em nível nacional pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, por meio do Departamento de Popularização e Difusão de C&T da Secretaria de C&T para Inclusão. Entretanto, as atividades em cada estado conta com a participação ativa dos governos estaduais e municipais, das instituições de ensino e pesquisa e de entidades vinculadas à C&T de cada região.

Visando promover este debate no contexto local, o Centro de Estudos Superiores de Tabatinga (CESTB), campus da Universidade do Estado do Amazonas em Tabatinga, inserido na programação em nível estadual e nacional, realizará a Semana de Ciência e Tecnologia 2012, nos dias 15,16,17,18 e 19 de outubro, nas dependências do próprio CESTB, localizado na Avenida da Amizade 74 – Centro – Tabatinga-AM. O Prof. Luiz Felipe, psicologo social, mestre em Ciencias Sociais e docente da UEA, é o autor do projeto aprovado junto a FAPEAM que viabilizou os recursos necessários para realizar o evento em nível local. O projeto contempla quatro distintas modalidades de atividades, que vão desde Mesas Redondas até Oficinas Externas. Sem descaracterizar os objetivos da SNCT em nível nacional, o evento local quer aproximar o ensino superior dos jovens em processo de profissionalização; envolver a comunidade acadêmica na promoção e divulgação de conhecimentos científicos; gerar espaço propício para intercambio e produção de saberes; estreitar relações de intercambio entre entidades locais de ensino e popularizar o conhecimento acadêmico. 

E-mail: geopalmeida@gmail.com
 

Alguns aspectos do relevo e hidrografia de Tabatinga

Agosto/2012


O relevo desta porção da bacia sedimentar amazônica é sem grandes desníveis topográficos. Sua forma varia de suave ondulado a ondulado com dissecação variada. É notadamente marcado por interflúvios tabulares, relevos dissecados em cristas e colinas, superfície ondulada, planícies aluviais e terraços, estes últimos, resultam do trabalho de correntes fluviais que ali impuseram suas planícies de inundação e a abandonaram mais tarde. Na maioria das vezes são limitados por uma pequena escarpa que se apresenta direcionada aos cursos d’água.

Cristofoletti (1974) apud Radambrasil (1977, p.39), ainda esclarece que se o terraço for constituído de materiais que tenham relação com a antiga planície de inundação, serão designados como “terraços fluviais”. No entanto, se já foram esculpidos pela ação da morfogênese fluvial, sobre as rochas que compõem as encostas dos vales, neste caso serão classificados como “terraços rochosos”. Os que se apresentam no relevo de Tabatinga, são terraços fluviais. Eles ainda podem ser classificados como Terraços Altos e Terraços Dissecados, ambos encontrados nesta área.

  Mesmo supondo que nestes terraços haja depósitos aluvionários, é possível que toda ou quase toda a planície de inundação anterior possa ter sido removida antes ou durante a formação da nova planície. Nos vales onde não há espaço para o desenvolvimento lateral destas planícies, este processo ocorreu de forma mais intensa

As imagens de radar desta área mostram que margeando as atuais planícies de inundação dos principais cursos d’água, há faixas rebaixadas, que os geólogos do Radambrasil, acreditam ser terraços ou quem sabe uma sucessão deles.

Os interflúvios que caracterizam o relevo, também compõem a rede hidrográfica do município de Tabatinga, que constitui-se de vários deles. Esta rede hidrográfica inclui vários cursos d’água que podem ser agrupados em três bacias distintas, como mostra o mapa hidrográfico do município de Tabatinga: 

 Os ambientes de sedimentação desta área frequentemente são marcados por seções sedimentares espessas e extensas, onde o rio e a extensão da planície de inundação determinarão o seu tamanho. As planícies de inundação dos rios que fazem parte desta área são consideradas amplas. São formadas por depósitos aluvionários, que resultam de um processo em que os rios no seu percurso retiram da parte côncava e depositam o material erodido na parte convexa.

A planície aluvial que margeia os rios de "águas brancas" (águas barrentas), ricas em material suspenso, como o Amazonas, Juruá, Madeira e Purus, e que está sujeita à inundação sazonal é, regionalmente, denominada várzea. Lima et al (2006, p.1) citando Iriondo (1982) e Sioli (1951) diz que “a várzea compreende grandes faixas de terras, podendo alcançar até 100 km de largura, em um complexo sistema de canais, lagos, ilhas e diques marginais” .

Ao conjunto de terras que não sofrem inundação, nesta região recebem a denominação de Terra Firme, que segundo Lima et al, (2006, p.1), nesta área especificamente é formada a partir de sedimentos terciários da Formação Solimões .

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O recuo das águas e as evidências da dinâmica fluvial

                Julho/2012

As águas continuam recuando e nos mostram mais uma vez o que já vem ocorrendo há milhões de anos, como resultado da dinâmica do rio. Em frente à cidade de Tabatinga, próximo à Comara, testemunharemos também o resultado de um fenômeno geológico que tem despertado interesse em entendê-lo. Refiro-me ao depósito de linhito que sempre fica exposto durante a seca do rio Solimões.
O Radambrasil (1977) esclarece que na constituição geológica desta parte da região amazônica, há sedimentos que foram depositados já na atual era geológica, denominada Cenozóica,  com idade inferior a 65 milhões de anos. E por serem da Era Cenozoica, são chamados de Depósitos Cenozóicos. Estes depósitos apresentam-se tanto em bacias sedimentares quanto em coberturas diversas. São por vezes até classificados estratigraficamente, mas sob os pontos de vista de extensão superficial e espessura não configuram uma bacia (SILVA et al., 2003, p. 78).
 Nesta parte oeste da Amazônia, estes sedimentos estão divididos nas Formações Solimões, inferior (Mioceno-Plioceno) e Içá, superior (Pleistoceno). Silva et al. (2003, p. 78) citando Maia et al. (1977), informa que os sedimentos da Formação Solimões consistem-se de argilitos, siltitos e arenitos. Além dos sedimentos pilo-pleistocênicos da Formação Solimões ocorre também os depósitos aluvionários holocênicos: Aluviões Indiferenciadas sobre terraços fluviais e Aluviões Atuais das planícies de inundação que estão associados à rede de drenagem amazônica superpondo-se em discordância com a Formação Solimões.
Afloramento de linhito em Tabatinga. Foto: Paulo Almeida (2006/2010)
O trabalho de Hauxwell citado por Oliveira e Leonardos (1943) apud Radambrasil (1977, p. 27), nos estudos desenvolvidos a partir de conchas encontradas na Camada de Pebas, considerou que estes fósseis são de espécies de épocas não superiores aos do Terciário e que viveram em ambiente de água doce, ou talvez salobra.
Oliveira e Carvalho (1924 apud RADAMBRASIL, 1977, p. 27) viajaram pelos rios Içá, Javari e Solimões, embasados na informação de Stere (1871 apud RADAMBRASIL, 1977, p. 27), que havia constatado vários depósitos com características similares aos da Camada Pebas, tomadas então como extensão dela aflorando em Tabatinga, sob a forma de “leitos horizontais de argilas com veios de carvão argiloso”. Eles concluíram que estes afloramentos de linhito são do terciário e confirmaram o que pensava Stere (1871), correlacionando-os à Camada Pebas.

Medeiros; Schaller; Friedman (1971) e Suguio (1973) apud Radambrasil (1977, p. 37) consideram que a ocorrência destes depósitos carbonosos em ambiente de planície de inundação, deve-se à estagnação da água em decorrência de áreas mal drenadas, pantanosas ou lagos de meandros.
Esse material fossilífero tem fomentado muitos estudos, e embora alguns autores já o tenham encaixado no Mioceno-Pleistoceno, Mioceno, Oligoceno-Mioceno, Eoceno, etc., esta cronologia e posicionamento estratigráfico têm suscitado muitas controvérsias.
  
E-mail: geopalmeida@gmail.com
 
Além das águas da cheia



Margem esq. do r. Javari, próx. a B. Constant (2012)
Desde tempos remotos que os rios têm sido importantes não apenas para a conexão entre civilizações, mas, também contribuíram para o surgimento, às suas margens, de várias delas. Por estas vias fluviais entrou o branco invasor, que encontrou e conquistou as civilizações ameríndias. Civilizações que ainda hoje despertam muita curiosidade aos estudiosos, pela sua cerâmica, pelos seus templos no relevo andino, pelo conhecimento que já possuíam e muitas outras características igualmente interessantes.Vivemos em uma região com a maior bacia hidrográfica e o maior rio do planeta. E apesar disso, ainda nos surpreendemos com as proporções a que chegam os rios desta bacia, quando é época das cheias. Nossos antepassados também conviveram com elas, e da mesma forma tomaram muitas lições. A ciência vêm procurando estudar os rios pelo enfoque da geologia, da geomorfologia, da hidrologia, da hidrografia, da limnologia etc. Desde os altiplanos peruanos até a sua foz, o rio Amazonas continua sendo um mestre na arte de ensinar. Uma destas lições ele nos mostra pelo menos uma vez por ano: seu volume d’água. Visto pelos engenheiros como um importante meio de geração de energia elétrica. De fato, é um volume muito grande que assim como em outros tempos, nesta última década vêm de novo  mostrando sua força. E também reforçando a lição que não pode ser represado. Basta olhar como ficam as suas margens quando ele está cheio, imagine como ficariam se fosse represado? É o maior rio do mundo, não deve ser subestimado. A hidrologia nos explica que não é apenas água que o rio está transportando. Embora seja isso o que mais nos é visível e de fundamental importância para o ciclo hidrológico. O rio perde água pelo escoamento, pela infiltração e pela evaporação, contribuindo desta forma para o ciclo da água.  Mas, além disso, o rio e toda a sua bacia também transportam sedimentos, desempenhando a tarefa que segundo Filizola (2003) é transportar para os oceanos a matéria sublevada dos continentes, constituindo-se também preponderantes para a manutenção do ciclo dos elementos.Filizola (2003), considera que “os rios respondem muito rápido às condições do meio existente na superfície dos continentes, em alguns meses para o caso do transporte em solução, e em alguns anos para o caso do transporte em suspensão. Portanto, são particularmente sensíveis à toda mudança, seja ela climática ou resultante de atividades humanas (antropismo)”. Esta é outra lição que não pode ser esquecida. A erosão, transporte e deposição que resultam dos trabalhos dos rios, contribuem não apenas para a modelagem da paisagem, mas, transferem importantes nutrientes para vários pontos de seu percurso até o oceano. Estes nutrientes, por onde passarem, até mesmo quando alcançarem o oceano, levarão consigo a possibilidade da manutenção da ictiofauna e das espécies marinhas.Na nossa região não é diferente. Toda vez que a cheia acontece, inunda margens e sobre elas deposita uma nova carga de nutrientes. Alcança lagos e outros cursos d’água transferindo vários nutrientes de um ambiente para outro.São breves lições que o rio insiste em nos mostrar, mas essenciais para lembrar o que já foi decantado numa toada: ” a vida depende da vida para sobreviver”.

E-mail: geopalmeida@gmail.com



Outros aspectos relacionados às cheias dos rios

A cheia no ano de 2012 no Alto Solimões, que já apresenta sinal de recuo, ultrapassou a de 2009, atingindo níveis que ficam atrás apenas da cheia de 1999, esta ainda considerada a maior, desde que se começaram os registros do regime do rio, na cidade de Tabatinga.

A seca sucede o período da cheia e também é resultado das precipitações que ficam menos freqüentes e menos intensas. A população ribeirinha e grande parte das cidades dependem fundamentalmente das condições do tempo e do clima na região Amazônica, fatores que se constituem preponderantes para a organização, para a produção e o desenvolvimento local. Você procurou algum produto regional neste período de cheia e não encontrou ? Este é um lado da cheia que por atingir diretamente nossos interesses, talvez nos incline a vê-la como vilã.

Apesar das nossas atenções estarem mais voltadas para acompanhar as situações que envolvem o homem, as árvores, os animais, desde os diminutos invertebrados, até os peixes, anfíbios, répteis e mamíferos ao longo de muitas gerações também desenvolveram adaptações incríveis para poder viver nessas áreas inundadas. Vastas extensões de florestas são invadidas anualmente pelas águas dos rios inundando uma área correspondente a 2% do total de florestas da Amazônia.

O relevo da região está dividido em Terra Firme (áreas não inundáveis), Várzea (periodicamente inundadas) e Igapó (permanentemente inundada). Apesar de ficar inundada até 10m de profundidade durante 5 a 7 meses por ano, a vegetação do igapó mantêm sua exuberância. Como a maioria das árvores da várzea frutifica durante as inundações, para um grande número de espécies, principalmente os peixes, o igapó torna-se uma abundante fonte de alimentos. Esta é uma situação muito diferente de qualquer outra parte do mundo, pois estes frutos e sementes que caem nos igapós serão os principais alimentos de cerca de 200 espécies de peixes da Amazônia, que visitam esta parte da floresta todos os anos.

Os rios amazônicos, com suas praias, restingas, igarapés, matas inundadas, lagos de várzea e matupás, nome dado a ilhas de vegetação aquática, e o estuário, são colonizados por uma enorme diversidade de plantas e animais. As várzeas recebem uma nova quantidade de nutrientes, renovando-se para atender o ribeirinho que irá procurá-la para plantar quando as águas baixarem. As praias e os diques marginais terão sido acrescidos de uma maior quantidade de sedimentos, que ao longo de 30 a 40 anos serão suficientes para transformá-la numa ilha.

Outras cheias virão e apesar dos contratempos que estas últimas têm provocado, elas são necessárias para a renovação de muitas outras espécies, que por fim contribuíram para a nossa própria subsistência.





Um outro aspecto fluvial: a Cheia

Para a Geomorfologia, no sentido geral, um rio é um curso de água doce natural, com canal definido e fluxo permanente ou sazonal, que deságua em um outro rio, no mar ou em um lago. Ele recebe água pelo escoamento superficial e pelo escoamento de base, e perde pela evaporação. No regime fluvial, que resulta da oscilação da quantidade de água presente em um rio no decorrer de um ano, destacam-se dois períodos: de vazante e de cheia, que coincidem com o período de menos chuvas e com o período mais chuvoso, respectivamente. No caso do rio Amazonas, denominado Solimões a partir da divisa entre Peru e Brasil até a confluência com o rio Negro, a cheia ainda conta com uma pequena contribuição nival, que ocorre pelo degelo a montante. Por isso, admite-se que o regime de cheia do Solimões, tem contribuição plúvio-nival.

Esta região, segundo dados do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) 1ºDISME (Distrito de Meteorologia), apresenta a seguinte sazonalidade: os meses que chovem mais são dezembro, janeiro, fevereiro e março, período considerado como inverno, ou seja, o mais chuvoso e; aqueles que chovem menos são junho, julho, agosto e setembro, período conhecido como verão, quer dizer, quase sem chuvas. Os meses de abril, maio, outubro e novembro, formam o que pode ser entendido como período intermediário. Dependendo do volume de água, o rio apresenta um leito menor, quando está no período de vazante e um leito maior, que é ocupado no período de cheia. A largura do rio Solimões/Amazonas alcança até 15 km, como ocorre na confluência com o Tapajós. Como boa parte das margens são várzeas, e por ser assim, são áreas inundáveis, sua largura pode atingir até 100 km, o que representa uma área inundada do tamanho da Inglaterra, ou seja, 130.439 km². A profundidade, que varia entre 50 a 100 m, considerada sua maior profundidade e localizada no estreito de Óbidos, é alterada entre 10 e 15 metros.

A Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais( CPRM) anunciou que o rio Negro deverá chegar a marca de 29,60 m de profundidade em média, até o mês de junho. O encarregado do Serviço Hidrográfico do Porto de Manaus, Valderino Pereira da Silva, 63, anunciou que o nível da cheia do rio Negro subiu mais 5 cm, de quarta-feira para quinta (29/03). Ele enfatizou que nesta mesma data no ano de 2009, o nível era de 27,35 m, e neste ano, na mesma data já atingiu 27,60 m. O relatório final da CPRM aponta que o fenômeno da cheia do sistema Negro/Solimões referente ao ano hidrológico 2008/2009, alcançou 29,77 m, constituindo-se a maior marca dos últimos 107 anos. A média das máximas, observadas desde 1902 no Roadway (Porto de Manaus) historicamente tem sido 27,80 m, com desvio padrão de 1,14 m.

Na microrregião do Alto Solimões, quatro municípios decretaram situação de emergência: Atalaia do Norte, Benjamin Constant, São Paulo de Olivença e Tabatinga. O nível do rio alcançou 13,1 m na manhã do dia 30 de março. De acordo com a Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM), esta marca já superou em três centímetros, o nível máximo registrado na enchente de 2009. E assim como ocorreu naquela enchente, esta também se repercute no cotidiano de quem mora em bairros sujeitos a inundações ou nas comunidades ribeirinhas, trazendo a inundação de moradias, alterando o calendário escolar, inundando áreas de plantio e consequentemente somando prejuízos para a economia local. Letícia, cidade vizinha colombiana, pela localização à margem do rio Solimões, não foge à regra.

A Defesa Civil aponta que já são 81 famílias atingidas pela enchente no bairro Guadalupe, oeste da cidade de Tabatinga, e também orientou que a secretaria de educação deste município suspenda as aulas de 24 comunidades. A orientação foi acatada e cerca de 3 mil alunos tiveram suas aulas suspensas para afastar o risco de afogamentos. As pessoas que têm familiares naquelas comunidades localizadas em terra firme estão se mudando, para evitar uma perda maior.

As autoridades já se mobilizam para atender aquelas localidades com pior situação. O ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho sobrevou algumas destas áreas afetadas. O governo federal publicou portaria concedendo 8 milhões de reais, que somados aos 6 milhões de reais do Programa Cartão Amazonas Social, do governo do estado, espera-se atender as pessoas em situação de risco. Para o Alto Solimões, a ajuda está sendo organizada pelo Sub-Comando de Ações da Defesa Civil do Estado do Amazonas (Subcomandec). “Estamos providenciando a logística para atender os municípios do Alto Solimões, afetados pela cheia”, afirmou Hermógenes Rabelo, secretário adjunto da Defesa Civil do Estado do Amazonas.

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