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Comandante da 16ª Brigada de Infantaria de Selva, General Pedro Antônio Fioravante Silvestre Neto, despede-se da região

Entrevista: Silvio Brasil de Lima Endereço eletrônico: brasil_am@hotmail.com

Fotos: RP 8º BIS

“Para mim nesses dois anos na Amazônia, frente à 16ª Brigada de Infantaria de Selva foi um grande aprendizado. Vejo a Amazônia e a Brigada, como uma grande escola. Aprendi muito e, principalmente com as pessoas mais humildes, ribeirinhos, comunidades indígenas onde visitei, nossos soldados da área que, por sinal, têm muito que nos mostrar e ensinar”, revelou Fioravante.

Comentou também, sobre as atividades filantrópicas que fizeram juntos com os grupos beneficentes, aos quais suas esposas (dos militares) coordenaram nas áreas mais carentes, nas entidades mais necessitadas onde tiveram a oportunidade de apoiar.

Destacou a importância do trabalho de parceria com os órgãos públicos, como a Policia Federal, IBAMA, Receita Federal, FUNAI, Poder Judiciário Federal e Municipal, os órgãos municipais, Secretarias da PMTBT, Legislativo Municipal, escolas, empresários locais, etc. “Então, todas essas parcerias realizadas, particularmente aqui na área de Tabatinga, Cruzeiro do Sul e Tefé, é uma marca das Unidades da nossa Brigada. Em especial para mim, que saio daqui com o coração apertado, já saudoso, meio nostálgico, por tudo que a gente viveu, com um trabalho intenso, mas muito gratificante. A gente passa a se apegar a região, as pessoas, as funções ao qual exercemos no Exército. Sabemos que outros devem chegar, até para melhorar essas parcerias. Sangue novo que vai ver coisas que já estamos acostumados a ver e, talvez não conseguimos mais enxergar. Essa é a grande lição que fica do que o Exército faz em termos de movimentação de pessoal, é dar oportunidade para que as pessoas vivam isso que estou vivendo hoje. Tenho certeza de que o próximo comandante vai ser tão feliz como eu fui e, torço para isso, porque realmente foram dois anos de muita felicidade, trabalho, realização, amizades feitas, ou seja, foi uma grande escola. Saio uma pessoas mais completa, mais enriquecida por tudo que a gente passou. Sobretudo o carinho que fica da população que nos recebe tão bem. Também em ver em nós, a outra esperança na satisfação das suas necessidades. Andamos pelos pelotões na fronteira, vimos tanta carência nas comunidades indígenas, ribeirinhas, etc. A gente se revigora quando contribui para mitigar as necessidades das populações. Tudo isso é aprendizado, enriquecimento de alma e renovação”, ostentou o General.

Quando o assunto tratou sobre a parceria com as autoridades da Colômbia e Peru, Fioravante não hesitou em afirmar que as autoridades colombianas e peruanas aprovaram o tipo de trabalho. Dizendo que constatou ao longo das diversas operações realizadas em 2011. Com relação ao Peru e Colômbia, afirmou que o relacionamento de amizade é excelente, até porque existem operações conjuntas – BRACOPER -. Enfatizou que o problema da tríplice fronteira, em particular Tabatinga, é comum aos três países. Mesmo aqueles problemas que não existem em Tabatinga, mas que existem na Colômbia e Peru, têm reflexo em Tabatinga. Por esse motivo, disse que há necessidade de se integrar às ações e unir esforços para combater o crime organizado e diversos delitos transfronteiriços. Completou dizendo: “Se cada país agir de forma independente, como era feito até algum tempo atrás, o resultado é inócuo. Chegou a conclusão de que a união desses três países, no sentido de combater os crimes transfronteiriços, têm resultados mais efetivos. O nosso relacionamento com nossos irmãos colombianos e peruanos é excelente e, na hora das operações, fazemos com muito profissionalismo e determinação.

Pediu que a juventude se afaste das drogas, dizendo que, quem envereda por esse caminho, está depondo contra sua própria saúde e enriquecendo o bolso daqueles que nem usam drogas. Segundo ele, os jovens são usuários, ou seja, são usados por essas pessoas que vivem pelo enriquecimento ilícito através desses usuários. Enfatizou que a maior parte da população tabatinguense é ordeira, é do bem, é uma população que rechaça qualquer tipo de vício, seja com droga ilícita ou o álcool que, normalmente demanda para crimes e homicídios, brigas entre as pessoas, etc. Assinalou que uma pequena parte da população (minoria), não só é muito atuante, como também barulhenta, então, dá a impressão de quem está de fora que, realmente se vive no meio de marginais, drogados, etc. Afirmou que isso não é verdade. “O Exército Brasileiro aqui na área, tem uma grave responsabilidade nesse sentido, recrutamos jovens, por exemplo, só este ano, já foram recrutados 250 jovens para prestar o serviço obrigatório militar e temos a responsabilidade de passar valores para esses jovens. Além da preparação para o combate, que é a nossa grande finalidade de defesa do território nacional, cumprindo os preceitos constitucionais, temos também a responsabilidade de orientar esses jovens para o caminho certo. Tirando às vezes, até alguns que a gente não sabe se é usuário de droga ou não, nossa obrigação é de tirar ele(s) do caminho ilícito. Essa é uma grande responsabilidade do nosso efetivo profissional, de devolvermos para suas famílias, esses jovens, mais enriquecido em cima dos valores que empregamos dentro da CASÉ”, destacou Fioravante.

“Somos gratos à parceria do Jornal Solimões que nos deu sempre uma deferência especial, aos leitores do JS e dizer que continuamos na parceria. O meio de comunicação tem uma importância muito grande, até mesmo para nos ajudar a, ajudar esses jovens a não enveredarem pelo caminho do mal (das drogas). Também para informar a população, as coisas boas e, seja estimula dentro dos valores que devemos viver em uma sociedade ordeira. Dizer que saio daqui, com uma saudade imensurável, até porque foram dois anos fantásticos, maravilhosos, com muito trabalho, mas, acima de tudo, gratificante. Deixo muitos amigos, fisicamente, mas levo em meu coração para onde for. Jamais esquecerei dos momentos em que passei aqui, ou seja, foram dois anos que valeram por muitos. Levarei esse aprendizado para o resto de minha vida, eu e minha família, principalmente minha esposa, que está fazendo um trabalho fantástico a frente do Grupo Beneficente das Missões, levando alento, carinho, atenção, porque, muitas vezes as pessoas precisam de atenção e, não de bens materiais, como as comunidades mais carentes que convivem conosco na área da 16ª Brigada. SELVA!”, finalizou o General Fioravante.


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