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Dr. Waldery Nobre de Mesquita, médico, membro da Sociedade Brasileira de Perícias Médicas & Medicina Legal, revela o ofício da profissão





Entrevista e fotos: Silvio Brasil de Lima 
Endereço eletrônico: brasil_am@hotmail.com


                “Nossa área de atuação é Clinica Médica, onde desenvolvemos aqui no Hospital de Guarnição de Tabatinga esse trabalho. Fomos convidados a ir para Central de Regulação do Complexo Regulador do Alto Solimões que funciona nas dependências do PRODERAM e, atualmente, voltamos a atender no HGUT, onde atendemos na área de clínica médica. Inclusive, damos suporte na área de medicina legal para Delegacia Regional de Polícia Civil em Tabatinga”, descreve Dr. Waldery.
                Disse que dá apoio à Delegacia da Criança, Adolescente e Idoso, sob comando da Drª Fernanda e Dr. Eleandro Granja. “Então nosso trabalho não tem hora para acontecer, porque no momento em que ocorre um óbito de causa violenta, como tiro, facada, acidente grave,... somos chamados pelas polícias civil ou militar e, temos que ir ao local do crime para atestarmos o óbito”. Enfatizou que em seguida levam o corpo para o necrotério do HGUT, onde ali é periciado e feita a descrição das lesões com exames necroscópicos. Segundo Dr. Waldery, a partir desse momento, esses exames irão subsidiar a Polícia Civil, juntamente com a promotoria, nas denúncias dos casos para o judiciário.
                “Então, a Medicina Legal é uma especialidade médica, a qual nós atuamos, de grande importância na elucidação dos casos, porque muitos exames de balística acontecem porque o perito médico retira o projétil e, envia a Manaus, para ser realizado o exame de balística. Quando o acusado é encontrado com a arma, retiramos o projétil para fazer a comparação, aí é possível descrever a autoria ou provável autoria do homicídio. Por isso que a perícia médica é uma especialidade que faz os mortos falarem através do médico”, esclarece Dr. Waldery.
                Perguntado sobre as condições de trabalho se são eficazes para o bom desempenho da função, argumentou que não é atribuição do HGUT realizar esse trabalho. “Entretanto, em uma parceria que o hospital sempre teve com a SUSAM, Polícia Civil e todos os órgãos públicos, na pessoa do Ten Cel Fleity (Dir. do HGUT), é feito esse trabalho utilizando as dependências do HGUT. No meu caso particular, o que falta, é participar de capacitações, porque a ciência/criminalística evolui consideravelmente e, o profissional tem que estar devidamente capacitado a cada dia que passa para aprender novas técnicas”, afirma Dr. Waldery.   
                Enfatizou que enveredou pelo caminho da medicina legal, porque nenhum médico quer fazer esse tipo de trabalho, “como não quer”, destaca. “Tive que me especializar nessa área de medicina legal, para que os inquéritos policiais não sofressem demora. Temos uma portaria de 2002, do delegado de Polícia Civil, nos designando para esse trabalho, no sentido de nos respaldar para executar a missão”, destaca o médico.
                Revelou que está desde 1993 sem tirar férias trabalhistas, por conta deste trabalho. “Ninguém quer exercer essa função de medicina legal aqui na região, é uma área muito ingrata. Ninguém gosta de ver corpos em decomposição, mutilados e, o médico legista tem que fazer este trabalho. Não tenho hora para trabalhar, várias madrugadas estando em minha residência, a polícia vai me buscar para que ateste o óbito em um determinado local de crime e, em seguida, periciar o corpo do cadáver nas dependências do necrotério do HGUT”, relatou Dr. Waldery.
                “Temos que conjugar esforços para mostrar uma medicina de qualidade em benefício da nossa população. Procuramos nos aprimorar, aperfeiçoar no sentido de darmos uma resposta a altura para nossos cidadãos, mesmo a população falecida, aquele contingente de pessoas que tenham falecido, precisam encontrar justiça. O profissional médico pode ajudar na questão da elucidação dos crimes que acontecem em nossa cidade. Colocamo-nos à disposição para cada vez mais ajudarmos a justiça”, concluiu Dr. Waldery Nobre de Mesquita.

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