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Felicidade: Podemos alcançá-la?




 Sartre

Acessado em: <http://bondelectra.blogspot.com/2012_01_08_archive.html> Data de Acesso: 16/03/2013


*Lizandro Barboza da Silva
Felicidade parece ser um tema utópico nesse mundo moderno. O que aconteceu com o homem do século XXI, que ora diz ser feliz ora reclama dos problemas sociais que não o deixa caminhar em paz em plena felicidade? Por que nossa sociedade almeja tanto este ideal? O que fazer para ser feliz? São com essas perturbações da alma, que pretendo deixar reflexões para que o nosso “eu” sinta-se seguro e capaz de seguir as virtudes que tranquilizem nossos passos terrenos.



Acessado em: < http://gruposabadao.blogspot.com/2011/06/felicidade-continuacao-iii.html> Data de Acesso: 16/03/2013
O grande filósofo ateniense Sócrates já dizia que “a vida sem reflexão não merece ser vivida” (TELES. 1985, p. 6), nesse contexto pode-se ressaltar a importância de refletirmos, o que estamos fazendo para sermos felizes? Algumas vezes culpamos o(a) outro(a) por nossa infelicidade, mas será que realmente ele(a) tem culpa por nossos atos? O magnífico escritor e filósofo francês Sartre, que em 1964 recusou o Prêmio Nobel de Literatura, que lhe fora outorgado, afirmava “O homem não é mais do que o que ele se faz” e completa ainda “se verdadeiramente a existência precede a essência, o homem é responsável por aquilo que é”. Mais uma vez chamo atenção para as palavras desse nobre amante do saber apud Teles (1985, p. 117) no qual “afirmando que o homem é responsável por si próprio Sartre não quer dizer que este é responsável somente por sua individualidade, mas, até certo ponto, por todos os homens”. Então não adianta reclamar que o outro me faz infeliz, que a sociedade está do jeito que está se “eu” não colaboro para que o nosso habitat seja digno de se viver.



O grande problema de tudo isso é que sempre estou responsabilizando o outro por problemas meus, seja numa relação afetiva, seja nos nossos problemas sociais.



No campo afetivo, percebe-se uma grande depressão amorosa, onde casais se separam e ninguém humildemente assume a culpa. Será que não está faltando uma cumplicidade a dois? Ou um diálogo mais aberto e sereno? Uma segunda chance seria a alternativa? Como diria Lévinas o meu eu se colocando no lugar do outro? Pois meu sujeito ético é constituído pelo outro e não pelo eu.



O capitalismo desenfreado nos coloca diante de uma valorização mais do “ter” do que do “ser”. O indivíduo sente-se insatisfeito com o que tem e busca cada vez mais algo que o complete. Nessa busca esquece do que o faz feliz e valoriza algo passageiro, técnico, supérfluo, amorfo. Por outro lado, os que ficam com a valorização do “ser” nem sempre são correspondidos em suas expectativas. Há sempre um jogo de poder afetivo onde o que impera é a lei do mais forte em conhecimento.



Na política travam-se batalhas, pois sempre fico a culpar o outro pela minha incompetência de ser político. O filósofo Aristóteles apud Chalita (2006, p.60) proferiria em A política, “O homem, por natureza, é um animal político”. Político deve ser entendido como “participando da pólis”. Para esse filósofo, um indivíduo vivendo sozinho é inconcebível : um homem absolutamente solitário ou autossuficiente deixaria de ser homem – seria um deus ou uma fera, nas palavras de Aristóteles – ou simplesmente não sobreviveria (CHALITA. 2006, p. 60). Que tal então participarmos mais dos problemas sociais que afligem nossa sociedade? Poderia ser uma alternativa, mas só isso não resolveria, pois depende do eu e você, nós construindo um mundo mais justo de se viver.



Em qualquer campo, há uma necessidade de refletirmos o que cada um pode fazer para que o(a) outro(a) seja mais feliz, pois a felicidade não é tão utópica, quanto parece. Felicidade na minha concepção é nos sentirmos numa paz espiritual, onde nada pode atingí-lo e o meu “eu” sente-se completo. Nas palavras de Cotrim (2006, p. 97), “os epicuristas buscavam a ataraxia, termo grego usado para designar o estado de ausência da dor, quietude, serenidade e imperturbabilidade da alma”.



Diante dessa reflexão deixo o caminho aberto para que possamos direcionar o nosso caminhar, seja sozinho nesta paz espiritual, no companheirismo mútuo envolvendo os laços afetivos, no ser político participando dos problemas da nossa cidade ou mesmo numa constante busca de algo que complete-o rumo a felicidade terrena. Cabe a cada um de nós darmos o ponta pé inicial. E qual seria o seu? Antes de seguir em frente faça uma análise, pondere e coloque no meio termo o que pretendes alcançar. Não esqueça, que apesar de tudo isso, a decisão é somente sua, de traçar, escolher o caminho e ser feliz.



REFERÊNCIAS:



CHALITA, Gabriel. Vivendo a Filosofia. 3 ed. São Paulo: Ática. 2006.

COTRIM, Gilberto. Fundamentos da Filosofia: história e grandes temas. 16 ed. São Paulo: Saraiva. 2006.

TELES, Antônio Xavier. Introdução ao Estudo da Filosofia. 23 ed. São Paulo: Ática. 1985.




*Educador (SEDUC/AM)
libarbosa76@hotmail.com

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