Diplomação e posse dos gestores municipais: o que esperar das ações públicas?
**Lizandro Barbosa da Silva |
É
observável que numa democracia, quanto maior a margem de diferença de votos de
um candidato ao outro, maiores serão as cobranças da população aos eleitos, mas
o que define isso? O que fazer para tentar equilibrar as rejeições futuras que
possam aparecer? Quem são realmente as oposições que surgem? O que leva os
cidadãos a criarem antipatia aos gestores e legisladores contemplados com as
eleições? Neste breve artigo pretendo levar algumas reflexões que surgem neste
início de trabalho após a diplomação e posse dos políticos eleitos.
De
início, o desemprego, as violências, infraestrutura, problemas na saúde,
educação, entre outros, podem ser sinais de desafios ao novo administrador que
com criatividade e uma boa equipe não só técnica, como também política poderão
amenizar as problemáticas apresentadas. Como diria Roberto Campos (1917-2001),
economista, pensador e diplomata brasileiro apud
Figueiredo (2003, p. 502) “no Brasil, os problemas não mudam; logo não mudam
também as soluções”.
Nas
nomeações dos secretários percebe-se ainda compromissos com “amigos
partidários” de campanha. A partir daqui, começam a crescer as oposições, pois
como toda proposta de campanha, mostram-se projetos maravilhosos aos eleitores
e logo após cumpre-se promessas individuais.
No
campo das políticas públicas, Oliveira (2003, p. 14) “revela a importância da
capacidade de julgar para pensar a possibilidade da política no mundo
contemporâneo em que a vida pública está corrompida pelo econômico, pela
burocratização, alienação e violência generalizada”. Em uma análise empírica
observa-se que as oposições começam desta maneira: primeiro os eleitores que
não conseguiram eleger seus candidatos, depois somam-se aos que conseguiram
eleger os gestores e legisladores municipais, mas que ficam insatisfeitos pelas
promessas não cumpridas e por fim o próprio grupo de secretários que não se satisfazem
com o poder que tem, sem recursos de como caminhar, ou com recursos, mas que
não tem visão técnica de como desenvolver os trabalhos pertinentes as suas
secretarias.
Nas
palavras de ALKMIM (2013) “não
é fácil mesmo discutir a questão da política nos dias de hoje. Estamos
carregados de desconfianças em relação aos homens do poder. Porém, o homem é um
ser essencialmente político. Todas as nossas ações são políticas e motivadas
por decisões ideológicas”.
Desta
maneira os eleitos para representar o povo, poderão utilizar de procedimentos
tais como: rever as propostas de campanha eleitoral para analisar o que poder
ser resolvido a curto, médio e longo prazo; planejamento das ações de início
para os próximos 06 (seis) meses cobrando sempre dos secretários pelo menos um
“Plano de Ação” para desenvolver semestralmente; pensar numa forma de articular
um trabalho conjunto entre as secretarias e não trabalhar isoladamente; saber
ouvir a oposição com sabedoria e principalmente cumprir a legislação municipal,
com vista a lei maior: Constituição da República Federativa do Brasil.
REFERENCIAS:
FIGUEIREDO, Carlos (Org.). 100 Discursos Históricos do Brasil.
Belo Horizonte: Editora Leitura. 2003.
OLIVEIRA, Manfredo. (Org.). Filosofia política contemporânea. Petrópolis,
RJ: VOZES, 2003.
¹ALKMIM, Sérgio Vaz. O
que é a política. Disponível
em <http://www.momentoverdadeiro.com/2009/11/politica-e-sua-verdadeira-funcao.html>
Data do acesso 11/01/2013
** Educador (SEDUC/AM)
E-mail: libarbosa76@hotmail.com
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