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Comandante do 8º BIS do Alto Solimões, Cel. Machado, avalia operação Ágata 2013.




Entrevista: Silvio Brasil de Lima
Endereço eletrônico: brasil_am@hotmail.com

 
               “A Operação Ágata está inserida em um contexto maior que é o Plano Estratégico de Fronteira. Esse Plano foi criado em 2011, chefiado pelo vice-presidente da república Michel Temer”, destaca o comandante.

                O coronel descreveu que este Plano possui basicamente duas Operações. A primeira é a Operação Sentinela, coordenada pelo Ministério da Justiça com apoio da Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal e Força Nacional. Sendo permanente, para intensificar o controle na faixa de fronteira. Segundo Machado, a Operação Ágata é coordenada pelo Ministério da Defesa, prevendo o emprego das Forças Armadas e das agências de governo, com o objetivo de intensificar a presença do estado na fronteira e, também, combater os crimes ambientais e transnacionais, levando assistência médica e odontológica à população carente que vive na faixa de fronteira.

                O comandante afirma que os objetivos foram plenamente atingidos, destacando que a Operação foi realizada nessa época de maneira proposital, visando intensificar o controle na fronteira e, ao mesmo tempo, antecedendo a Copa das Confederações. Nesta operação, destaca o coronel, constatou-se que na tríplice fronteira, infelizmente, todos os tipos de crimes, foram combatidos nesse período. “Tivemos apreensão de madeira ilegal, extraída de terra indígena, crimes ambientais, apreensões de drogas e recursos destinados à droga. Além disso, Polícia Federal apreendeu 160 mil dólares em Benjamim Constant e até denúncias de trabalho escravo verificou-se nesse período. Então os resultados foram positivos e a sensação de segurança da população, que vive nessa região, aumentou. Para isso, a participação das agências de governo foi fundamental, como a ANAC, Ministério da Cultura, Pecuária e Abastecimento [...],” explica o Coronel.

                Com relação aos dois países fronteiriços, que são os maiores produtores de coca do planeta, o Cel.Machado disse que, bem antes da Operação Ágata começar, o Exército e a Polícia Federal já estavam trabalhando juntos na Base Anzol e na Operação Javari Sacambur, “com a finalidade de combater a entrada dos insumos que são utilizados para produzir a droga. A Operação durou aproximadamente 60 dias, liderada pela PF, com a participação do EB. Praticamente inviabilizamos uma safra de produção de coca, devido ao bloqueio da entrada desses insumos”, certifica. Ademais, “junto a Operação Ágata, foi feita a Operação BRACOPER, simultaneamente, de forma que o crime não pudesse migrar de uma fronteira para outra”, relata o Cel.Machado.

                Perguntado o porquê da não continuidade da Operação, no período de todos os 365 dias do ano, o coronel afirmou: “já falei que a Operação Ágata tem um prazo para começar e terminar e isso tem uma justificativa: a missão da segurança pública é de responsabilidade da Secretaria de Segurança Pública do Estado do Amazonas. Assim, prefiro que essa pergunta seja respondida por alguém da Secretaria de Segurança Pública do Estado, até porque tem muito mais conhecimento do que eu, melhores dados para responder [...].Mas é óbvio que, sempre que ocorrer uma Operação como essa, traremos mais segurança para Tabatinga. No entanto, a missão constitucional do Exército não é a segurança pública”, esclarece o Coronel. Porém, “uma pergunta que sempre vai a cabeça desse povo querido de Tabatinga é: por que uma Operação como essa não dura o ano inteiro?

É importante dizer que nós estamos trabalhando o ano inteiro na segurança das fronteiras.Nos pelotões destacados na fronteira em Vila Bitencurt, Ypiranga, Palmeiras do Javari, Estirão do Equador [...], estamos bloqueando os rios, fazendo revista de pessoas, de embarcações [...]”, descreve o comandante, que completou dizendo que uma Operação desse vulto, com essa quantidade de recursos, é cara. “Não temos como manter uma Operação dessas por muito tempo. No entanto, teremos outras Operações, como por exemploa Operação Curali e, de tempos em tempos, o CFSOL/8º BIS estará nas ruas procurando cooperar com as autoridades de segurança pública, para trazer um pouco mais de tranquilidade à população da tríplice fronteira,” assegura o Cel. Machado.

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