Gestora do Centro Integrado de Educação Especial Prof.ª Esmeralda Aparício Negreiros, Salvina de Oliveira Gonçalves,e docente da UEA/TBT e psicólogo do CIEE, Luiz Felipe Barboza Lacerda, falam da real situação dessa instituição.
Entrevistas e fotos: Silvio Brasil de Lima
Endereço eletrônico: brasil_am@hotmail.com
“Na verdade estou dando continuidade a um trabalho que já
existe há nove anos. É um trabalho difícil, uma vez que representamos a classe
dos professores comprometidos com a Educação Especial em Tabatinga”, enfatizou
a professora Salvina.
A gestora disse que muitas vezes as dificuldades são
relacionadas ao espaço físico reduzido, “por isso, dizemos que sempre fazemos o
que podemos e não o que sabemos, ou seja, aquilo que aprendemos enquanto
formação superior, pois nós esbarramos sempre no espaço que não é adequado”,
afirma.
Perguntada sobre os procedimentos para quem quiser
colaborar com essa instituição de ensino especial, a professora argumenta que
uma das atividades colocadas no cronograma de 2013, é as parcerias. “Temos
alguns amigos que dão sua parcela de contribuição nos eventos culturais,
sociais, [...]. Para as pessoas que queiram ser parceiras dessa instituição,
queiram nos visitar e conhecer o nosso trabalho, estamos a inteira disposição,
de portas abertas para acolher a todos”, explica Salvina.
Sobre a vinda do governador a Tabatinga, no último dia06
de junho, disse que encaminhou documento descrevendo a difícil situação com
relação a diagnósticos das patologias com as quais trabalham. “Tem crianças com
laudos vencidos, medicação vencida, [...]. Por isso, nesse documento,
encaminhado ao governador, solicitamos a vinda de especialista de saúde na área
de neurologia, como forma de respaldar o trabalho. Até mesmo para que possamos
ter um conhecimento de como ajudar essas crianças e como lidar com essas
necessidades especiais que elas possuem”, clama a gestora.
Concluiu dizendo que várias famílias procuram o CIEE
diariamente com diversas situações de crianças que necessitam desse atendimento
especializado, mas, muitas vezes, “temos que dizer não, por causa do espaço
físico. Nosso endereço é na Rua Cel. Berg, 75, bairro Comunicações, e nosso
fone é: (97)9155-4330. Quem necessitar do nosso atendimento venha nos visitar,
para conversarmos e vermos a possibilidade de absorver o atendimento que a
pessoa necessite”, salientou a professora Salvina.
Sobre a parceria da UEA/Campos Tabatinga com o CIEE, o professor Luiz Felipe (docente da
UEA/TBT) disse que é a primeira vez que ocorre essa parceria entre estas duas
instituições. Contou que a UEA vem cumprindo a sua missão, que é dar
assistência não só de formação acadêmica para essa região do Alto Solimões, mas
também para todo segmento da sociedade. “Estamos desenvolvendo esse projeto
juntamente com os acadêmicos do curso de pedagogia da UEA/TBT, onde foram
selecionados 12 discentes. Sendo 12 oficinas, seis no turno da manhã e seis
pela tarde, num projeto de extensão da UEA. Esses alunos são voluntários e, em
troca, ganham um certificado que gera horas acadêmicas”, certifica o psicólogo
do CIEE.
Outro fator fundamental, segundo Luiz Felipe, é a experiência que esses alunos da UEA, do 1º e 3º
período de pedagogia,ganham nessa área da educação especial, que é tão carente
de professores/educadores preparados nessa região. “Hoje o centro atende a mais
de 100 crianças e, mesmo as turmas não sendo grandes, com uma média de 10 a 12
crianças por turma, quando se pensa em uma turma 100% especial, 12 crianças
para um professor é muita gente. Ganha o CIEE, porque ganha mais recursos
humanos com um olhar atendo. As crianças ganham por terem um atendimento mais
especializado, o nosso acadêmico ganha por estar aprendendo por ser uma área
típica da pedagogia, na qual não se tem outro lugar para se aprender melhor
sobre isso. Também ganha a Universidade por colaborar com o município,
principalmente na área da educação. É uma parceria que teve início neste ano e
todos sairão beneficiados”, detalha o psicólogo.
Perguntado se tivesse que fazer um pedido para aqueles
que queiram colaborar, o professor respondeu que pediria um espaço físico mais
adequado, porque as salas são pequenas, inclusive algumas não têm condições
para servir a educação especial, porque é uma casa adaptada. “Por outro lado,
buscamos as parcerias das escolas do município para tentar trabalhar de uma
forma mais humana, junto às crianças e familiares. É bom que a população saiba
que o CIEE atende a todaa demanda do município e, às vezes, algumas escolas não
entendem qual é o perfil da criança que está aqui. Não temos condições de
atender todas as crianças que têm dificuldades de aprendizagem especial. É
importante que se faça uma campanha envolvendo escolas, familiares, educadores,
[...] para esclarecermos para que serve uma escola de educação especial”,
alerta Luiz Felipe.
Descreveu a ausência do profissional de neuropediatria no
CIEE. “Trabalhamos na área da psicologia, fonoaudiologia, fisioterapeuta e
educadores das mais diversas áreas. Mas nosso trabalho fica limitado, por não
termos um diagnóstico neurológico das crianças. Haja vista que não temos
condições de enviar as crianças para Manaus, devido às condições financeiras
dos familiares”, afirma o psicólogo.
“Agradecemos o Jornal Solimões pela parceria, aos
acadêmicos do curso de pedagogia que, voluntariamente, aceitaram esse desafio,
porque é um desafio trabalhar na educação especial, e à diretora da UEA/TBT,
professora Marcela, que está dando
total apoio a esse projeto. Esperamos conseguir fortalecer essa integração
entre a universidade e a educação especial em Tabatinga”, arrematou o
professor.
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